sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Pedra da Tartaruga - Gurjão - PB

Visitamos este geossítio pela primeira vez em dezembro de 2010 quando da realização de uma aula de campo que executei com a turma da disciplina de Metodologia de Estudos de Impactos Ambientais, que ministro no curso de Ecologia da UFPB. Foi uma visita breve, mas que tem gerado bons frutos pois nos permitiu realizar contatos que nos levaram a executar uma pesquisa mais aprofundada, voltada à execução do inventário dos geossítios do município. Este trabalho vem sendo executado por mim e por minha orientanda (também colaboradora deste blog) Elayne Gouveia e constituirá parte do trabalho de conclusão de curso de Ecologia, do qual é discente. Neste projeto, muito nos tem ajudado a Prefeitura Municipal e os amigos que fizemos neste curto espaço de tempo em que lá estamos trabalhando: Lila, Dona Nena, Alysson, Rita e Samy.

Voltando ao nosso foco, o geossítio Pedra da Tartaruga situa-se no Sítio Santa Rita, distante 4 km à SE da sede do município de Gurjão, mais precisamente nas coordenadas 7º 16’ 24,4” latitude sul e 36º 27’ 31,6” longitude oeste. O acesso é feito por uma estrada de terra que permite o tráfego de carros pequenos, à exceção de períodos chuvosos, quando o acesso fica mais difícil, havendo a necessidade de um veículo com tração para vencer as áreas mais alagadiças.

Pedra da Tartaruga - Gurjão - PB
O geossítio é constituído por um afloramento rochoso sobre o qual atuaram (e ainda atuam) os processos intempéricos que atribuíram ao bloco o aspecto semelhante ao de uma tartaruga, derivando daí o nome do local.


Pedra da Tartaruga - Gurjão - PB

As rochas desse geossítio apresentam uma densa rede de fraturas que propiciam a concentração das águas pluviais que, ao escoarem sobre a rocha, geram caneluras devido à presença de ácidos orgânicos e/ou húmicos oriundos da decomposição de vegetais que encontram na rocha um substrato para seu desenvolvimento.

Atua, ainda, o intemperismo físico causando a desagregação mecânica da rocha, individualizando-a em blocos menores, podendo até mesmo causar o deslocamento de alguns deles, que se depositam na base do afloramento.


Vegetação desenvolvida nos sedimentos derivados do
intemperismo da rocha

Segundo relatos, também já ocorreu de tentarem remover o bloco que tem a forma da tartaruga, não se sabe ao certo por qual motivo. Entretando foi uma tentativa frustrada devido ao peso da mesma.

Ao que se observa, no sítio se desenvolve apenas uma agricultura incipiente, baseada na produção de palma forrageira. Sendo assim, a atividade econômica do sítio poderia ser complementada com a atração de visitantes interessados no geoturismo e no turismo de natureza, compatibilizando o desenvolvimento econômico com a conservação do patrimônio geológico.
Sítio Santa Rita
Bem próximo ao afloramento encontra-se o Rio Gurjão, um dos principais cursos d'água do município. Neste trecho pode-se perceber o efeito da retirada da mata ciliar causando o transporte de uma carga excessiva de sedimentos para o leito do rio, assoreando-o. Um ponto positivo da presença dessa caga detrítica no leito do rio é que, por ser um material bastante poroso, permite uma maior infiltração da água e, quando em períodos de estiagem, permite que, escavando-se poucos centímetros, à um aquifero livre que pode suprir pequenas necessidades de dessedentação de animais ou até, em casos mais extremos, abastecimento humano da população ribeirinha.

7 comentários:

  1. Obrigada!
    Pela divulgação do nosso municipio,
    Pelo carinho e dedicação que vocês tem conosco.

    Abraços: Lila

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    1. lila, estou com dificuldades em encontrar alguma pousada ou hotel pelo google pôs pretendo visitar a cidade, eu lhe peço por gentileza sua se vc souber de alguma mande o telefone ok. obg pode mandar para nivaldojdasilva@gmail.com

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    2. Encaminhei a mensagem para Lila.

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  2. Lila, nós que agradecemos todo o carinho com que todos vcs de Gurjão, e principalmente vc, tem nos recebido nas nossas idas ao municipio. Muito obrigada!! Abraços de toda a equipe...

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  3. A terceira foto de cima para baixo é ARENITO FINO?


    Luiz Carlos (Sousa-PB)

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  4. Oi Luiz, não é arenito não. Trata-se de um granito afanítico leucocrático, ou seja,aquele que apresenta cristais pouco desenvolvidos e no qual prevalecem minerais de cor clara.

    Agradecemos seu interesse e esperamos poder contribuir cada vez mais.

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  5. No caso do arenitos finos da Bacia do Rio do Peixe, ou seja, da Formação Antenor Navarro, são avermelhados.
    Se desejar poderei postar fotografia da citada formação pra seu conhecimento, se é que já não visitou o Vale dos Dinossauros.

    Luiz Carlos.

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