sábado, 10 de dezembro de 2016

Geomorfologia do Nordeste

Segue sugestão de leitura para quem quer se aprofundar um pouco mais nos estudos sobre a geomorfologia do Nordeste e, em particular, do Maciço da Borborema.

Título:
Condicionamento estrutural do relevo no Nordeste setentrional brasileiro

Autores: Rubson P. Maia e Francisco H. R. Bezerra

Publicado originalmente em: Revista Mercator

Resumo:
O presente trabalho fará uma análise acerca do condicionamento morfoestrutural do relevo no Nordeste setentrional brasileiro com ênfase no papel exercido pelas estruturas de deformação rúpteis e dúcteis do embasamento cristalino pré-cambriano. Para tanto, o enfoque analítico proposto abordará a relação entre estruturas tectônicas e relevo e como os processos de denudação continental tem evidenciado essas estruturas por meio da erosão diferencial e tectônica. Nesse aspecto, a exumação em zonas de deformação de direção NE-SW e E-W origina trends de lineamentos que confinam os canais de drenagem orientando a dissecação e por vezes a agradação fluvial. Isso resulta em sequencias de cristas e vales que confinam os canais de escoamento, passando esses a serem indicadores dos planos de deformação. Esse contexto estende-se para os ambientes sedimentares na forma de controle sobre a dissecação que passa a ocorrer orientada segundo os planos de falhas, formando vales encaixados que constituem a expressão geomorfológica da reativação frágil de zonas de cisalhamento transcorrentes nas unidades paleozoicas, mesozoicas e cenozoicas.

texto completo em pdf

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Potencial geoturístico do Semiárido paraibano: um estudo acerca do município de Cabaceiras/PB

Dica de leitura:


Autores:
Luciano Guimarães de Andrade, Nerize Laurentino Ramos, Luiz Gustavo Bizerra de Lima Morais

Publicado na edição especial da Revista de Geociências do Nordeste - REGNE

Resumo:

O geoturismo é um segmento turístico recente, associado aos recursos naturais, especialmente aos aspectos geológicos e geomorfológicos. Desta forma, apresenta-se como atividade econômica bastante promissora. Neste sentido, o presente trabalho aborda o potencial geoturístico do Semiárido paraibano, especificamente do município de Cabaceiras/PB. Tratando-se de um estudo de caso, a pesquisa reúne como ferramentas metodológicas à pesquisa bibliográfica e documental. Como forma de aprofundamento realizou-se ainda, uma pesquisa de campo, na qual objetivou fazer observações sobre o local. Os resultados enaltece um patrimônio geológico bastante diversificado, caracterizado pelas formações rochosas, propício à inserção de atividades turísticas, em especial o geoturismo.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Programa Geoparks Globais da UNESCO

Em Novembro de 2015, durante a 38ª Conferência Geral da UNESCO, os geoparques que faziam parte da Rede Global de Geoparks (GGN - Global Geoparks Network) passaram a ser definidos como Geoparks Globais da UNESCO. Com essa mudança, a UNESCO se aproxima ainda mais desse modelo de gestão territorial, deixando de ser uma entidade basicamente orientadora para ser uma espécie de coordenação central e parceira na formulação de propostas de criação de novos geoparks globais e na gestão daqueles que já faziam parte da GGN.

Com a decisão proferida na 38ª sessão da Conferência Geral da UNESCO, a rede global de geoparques eleva-se ao status de programa da UNESCO, ou seja, na prática, passa a existir à partir daquele momento, um novo programa da UNESCO, o Programa Internacional para Geociências e Geoparks (em inglês International Geoscience and Geoparks Programme - IGGP) que, em conjunto com outros dois programas pré existentes (Sítios do Patrimônio Mundial e Reservas da Biosfera) passam a constituir instrumentos para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030.

Por se tratar de uma ação ainda muito recente, há poucas informações disponíveis sobre esta mudança, provavelmente só o tempo dirá de que forma ela irá se refletir no dia a dia da gestão dos geoparques e de que forma contribuirá para a conservação do geopatrimônio mundial. 
Do ponto de vista histórico, desde 1991, com a publicação da "Declaração Internacional dos Direitos à Memória da Terra" em Digne, na França, têm-se buscado o apoio da UNESCO na construção de uma rede global de geoparques, no entanto, apenas em 2004 é que essa rede conseguiu ser oficializada e, ainda assim, a UNESCO participava apenas prestando alguma assistência àqueles geoparques que se enquadravam em seus regulamentos.

Atualmente, 120 geoparques compõem a GGN e, automaticamente ganharam o título de Geoparks Globais da UNESCO. Estes geoparques estão distribuídos em 33 países (ver mapa), sendo que no Brasil temos apenas um, o Geopark Araripe.

http://www.globalgeopark.org/homepageaux/tupai/6513.htm



Nota: É bem provável que você tenha notado duas grafias para o termo geoparque (geoparque e geopark), fato para o qual apresento uma explicação. O termo grafado com "k" tem sido adotado para designar aqueles projetos que já se consolidaram como geoparques da UNESCO, ou seja, todo geoparque da UNESCO é grafado como geopark. Aqueles geoparques que ainda não alcançaram a GGN, portanto, são grafados em suas línguas nativas e, no caso do Brasil, então, temos os geoparques. É essencial ainda salientar que um território para ser geoparque não necessita obrigatoriamente fazer parte da GGN.