Em Novembro de 2015, durante a
38ª Conferência Geral da UNESCO, os geoparques que faziam parte da Rede Global de Geoparks (GGN - Global Geoparks Network) passaram a ser definidos como Geoparks Globais da UNESCO. Com essa mudança, a UNESCO se aproxima ainda mais desse modelo de gestão territorial, deixando de ser uma entidade basicamente orientadora para ser uma espécie de coordenação central e parceira na formulação de propostas de criação de novos geoparks globais e na gestão daqueles que já faziam parte da GGN.
Com a decisão proferida na
38ª sessão da Conferência Geral da UNESCO, a rede global de geoparques eleva-se ao
status
de programa da UNESCO, ou seja, na prática, passa a existir à partir
daquele momento, um novo programa da UNESCO, o Programa Internacional para Geociências e Geoparks (em inglês International Geoscience and Geoparks Programme - IGGP) que, em conjunto com outros dois programas pré existentes (Sítios do
Patrimônio Mundial e Reservas da Biosfera) passam a constituir
instrumentos para se alcançar os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030.
Por se tratar de uma ação ainda muito recente, há poucas informações disponíveis sobre esta mudança, provavelmente só o tempo dirá de que forma ela irá se refletir no dia a dia da gestão dos geoparques e de que forma contribuirá para a conservação do geopatrimônio mundial.
Do ponto de vista histórico, desde 1991, com a publicação da "Declaração Internacional dos Direitos à Memória da Terra" em Digne, na França, têm-se buscado o apoio da UNESCO na construção de uma rede global de geoparques, no entanto, apenas em 2004 é que essa rede conseguiu ser oficializada e, ainda assim, a UNESCO participava apenas prestando alguma assistência àqueles geoparques que se enquadravam em seus regulamentos.
Atualmente, 120 geoparques compõem a GGN e, automaticamente ganharam o título de Geoparks Globais da UNESCO. Estes geoparques estão distribuídos em 33 países (
ver mapa), sendo que no Brasil temos apenas um, o
Geopark Araripe.
Nota: É bem provável que você tenha notado duas grafias para o termo geoparque (geoparque e geopark), fato para o qual apresento uma explicação. O termo grafado com "k" tem sido adotado para designar aqueles projetos que já se consolidaram como geoparques da UNESCO, ou seja, todo geoparque da UNESCO é grafado como geopark. Aqueles geoparques que ainda não alcançaram a GGN, portanto, são grafados em suas línguas nativas e, no caso do Brasil, então, temos os geoparques. É essencial ainda salientar que um território para ser geoparque não necessita obrigatoriamente fazer parte da GGN.